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Entrevistas

19/04/2016 as 11h03 / Por Painel Florestal ()

Empresário Mário Celso não desistiu do projeto da fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo

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Mário está confiante. “Continuamos lutando para atrair capital e investidores. Não vamos desistir!”, ressaltou


Desde quando foi anunciado, em meados de 2014, o projeto de construção de uma nova fábrica de celulose em Mato Grosso do Sul tem sido alvo de especulações, críticas e também de esperança para um pacato município.

Ribas do Rio Pardo, município localizado a 84 quilômetros de Campo Grande, no eixo que liga a capital do Estado a Três Lagoas, chegou a sediar uma audiência pública em julho de 2014.

Na oportunidade, o presidente da holding CRPE (Celulose Rio Pardense e Energia), Vicente Conte Neto, apresentou o projeto em detalhes: serão necessários aproximadamente 180 mil hectares de florestas plantadas de eucalipto para abastecer uma fábrica de 2,2 milhões de toneladas por ano com capacidade de cogeração de energia de 291 MW.

Nessa época, a área escolhida para a indústria (com aproximadamente 1.000 hectares), às margens da rodovia BR 262, já sediava um viveiro de espera, onde as mudas clonadas de eucalipto descansavam antes de serem plantadas.

A Pöyry, multinacional finlandesa responsável por praticamente todos os projetos de celulose no mundo, chegou a ser contratada pela CRPE e participou da audiência. O próximo passo – a obtenção de licenças ambientais – foi relativamente rápido: aproximadamente seis meses depois.

Com aproximadamente 35 mil hectares de florestas plantadas e 67 mil hectares de terras ligados aos executivos da CRPE, começava ali um novo capítulo da novela da fábrica de celulose de Ribas do Rio Pardo.

A fonte secou

2014 também foi ano de decidir os rumos políticos do país. A reeleição de Dilma Roussef preconizava um 2015 de incertezas. As possíveis fontes de financiamento e investimento secaram.

O grupo chegou a obter o aval da Superintendência de Desenvolvimento do Centro Oeste (Sudeco) para um financiamento de R$ 731,5 milhões do FCO (Fundo de Desenvolvimento do Centro Oeste). O dinheiro, no entanto, não chegou a ser liberado.

A saída foi buscar investidores estrangeiros. O idealizador do projeto, empresário e ex-sócio da Eldorado Brasil, Mário Celso Lopes foi em busca de parceiros que viabilizassem o investimento que chegou a ser estimado em R$ 8 bilhões.

A fila da celulose

Enquanto Mário Celso e executivos da holding CRPE buscavam sócios fora do país, Mato Grosso do Sul continuava avançando. Em maio de 2015, as duas fábricas de celulose instaladas em Três Lagoas, Eldorado Brasil e Fibria, anunciaram seus projetos de expansão.

Ao todo, aproximadamente 4 milhões de toneladas de celulose a mais no mercado. A fila, no Brasil, se reorganizou: em 2016, Klabin, com o projeto PUMA, em Ortigueira, Paraná; Em 2017, Fibria, com o Horizonte 2.0 e Eldorado Brasil, com o Vanguarda 2.0 para 2018 ou 2019.

O projeto de Ribas do Rio Pardo acabou indo, naturalmente, para o fim dessa fila.

Venda de ativos

A crise política e econômica brasileira também afastou os investidores estrangeiros. Mário Celso estava prestes a concluir a venda de ativos florestais em Mato Grosso do Sul para um fundo canadense quando a prisão do dono do banco BTG Pactual André Esteves, em novembro do ano passado, melou o negócio de aproximadamente 500 milhões de reais.

A título de esclarecimento, a canadense Brookfield, que atualmente detém uma das maiores plataformas de investimentos no Brasil, nunca esteve envolvida nesse processo.

Obviamente que o parecer da AGU (Advocacia Geral da União) que impede a compra de terras por estrangeiros também atrapalhou. Um cenário que exigiu ainda mais resiliência do idealizador do projeto.

Um novo eldorado

A capacidade de viabilizar projetos de Mário Celso Lopes é inegável e mesmo que ele queira, simplesmente, repetir o que fez na Eldorado Brasil, não dá para afirmar que não vá conseguir.

O interesse por seus ativos não é pequeno. O câmbio favorece. O sócio ideal, contudo, ainda não apareceu.

O empresário sabe do potencial do seu projeto que chegou a ser considerado, por especialistas, mais viável que Eldorado Brasil e Fibria.

Um dos diferenciais da CRPE é a proximidade com os maciços florestais, que diminuirá o raio médio para o suprimento da fábrica.

Mesmo no fim da fila, Mário Celso e seus parceiros estão seguros com o empreendimento. “Todos os planos para a fábrica continuam. Estamos trabalhando para trazer investidores e vamos conseguir”, afirmou Vicente Conte Neto.

Mário está confiante. “Continuamos lutando para atrair capital e investidores. Não vamos desistir!”, ressaltou.

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