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Entrevistas

17/05/2018 as 08h20 / Por (RFI)

Lula diz que é vítima de 'farsa judiciária' e será candidato

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Em coluna publicada nesta quinta-feira (16) no jornal Le Monde, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva explica porque ele é candidato à reeleição no Brasil. "Não cometi nenhum crime e sei que posso fazer com que o país retome o caminho da democracia e do desenvolvimento", escreve o líder petista.

Na coluna, escrita em primeira pessoa e assinada por Lula, o ex-presidente diz ter certeza que pode dar ao governo brasileiro toda a credibilidade necessária e trabalhar em prol dos interesses do povo. "Sou candidato para dar dignidade aos pobres e excluídos, garantir seus direitos e a esperança de uma vida melhor", diz Lula.

O líder petista também explica sua trajetória aos leitores do Le Monde, salientando que, apesar das dificuldades que viveu, "aprendeu a nunca desistir". Em um país sem eleições diretas, sem direitos sindicais e políticos - em plena ditatura militar - foi criado o Partido dos Trabalhadores, em prol da democracia, relembra. Depois de perder três eleições consecutivas, "provei, com o povo, que alguém de origem modesta poderia ser presidente", escreve, salientando que, o índice de aprovação de seu governo, 87%, é a mesma de rejeição do atual presidente brasileiro, "que não foi eleito".

Lula também enumera as vitórias de seus governos, como a maior inclusão social da história do país. "Tiramos da extrema miséria 36 milhões de pessoas e permitimos 40 milhões a aceder a classe média". A façanha levou ao Brasil um prestígio internacional excepcional, segundo o ex-presidente, que lembra que em 2009, o próprio Le Monde o designou como "homem do ano", que não foi percebido como um mérito pessoal, "mas uma marca de reconhecimento da sociedade brasileira".

Sob o governo no PT, Lula relembra que o Brasil agiu na cena internacional para estimular a defesa do meio ambiente e a luta contra a fome. "Fui convidado a todas as reuniões do G8 e ajudei na articulação do G20. Participei da criação dos Brics e da Unasur", salienta comparando à situação do país atualmente. "Hoje o Brasil se tornou no pária da política estrangeira. Os líderes internacionais evitam visitar o país."

Campanha de difamação

A situação é outra hoje, reitera o líder petista, que se diz vítima de uma campanha de difamação por parte da "mais poderosa sociedade de imprensa brasileira e setores judiciários". Segundo o ex-presidente, os recuos democráticos e o prolongamento da crise econômica fazem com que a população sofra com o desemprego, diminuição dos salários, aumento do custo de vida e descontrução dos programas sociais.

Mesmo na prisão, Lula ressalta que domina as pesquisas de intenção de voto, "porque os brasileiros sabem que o país pode melhorar". Afirmando ser perseguido pelo judiciário, o ex-presidente reclama que sua casa e a de seus filhos foram vasculhadas, suas contas bancárias pessoais e do Instituto Lula foram revistadas, "mas eles não encontraram nenhuma prova contra mim, nenhum crime a me atribuir".

Lula explica que os doze anos de prisão por "fatos indeterminados" foram determinados por um "juiz parcial", que alega que o líder petista é proprietário de um apartamento no qual jamais dormiu, foi proprietário ou sequer tinha as chaves. "Para tentar me impedir de disputar as eleições ou fazer campanha por meu partido, eles tiveram que ignorar os parágrafos da Constituição brasileira", ressalta.

Luta pela inocência

O ex-presidente promete na coluna que continuará o combate para provar sua inocência e conservar seus direitos políticos. "Como presidente, defendi, de todas as formas, a luta contra a corrupção e não aceito que me atribuam esse tipo de crime por meio de uma farsa judiciária", reitera.

O líder petista também salienta que as eleições de outubro só serão democráticas se todas as forças políticas puderem participar de maneira livre e justa. Segundo ele, este é o momento para que o Brasil debata seus problemas e defina seu futuro de maneira democrática, pelo voto, "como uma nação civilizada".

Lula afirma que não estava em seus planos concorrer novamente à presidência, mas resolveu encarar o desafio diante "do desastre que se abate sobre o povo brasileiro". Segundo ele, sua candidatura é uma proposta para que o Brasil reencontre o caminho da inclusão social, do diálogo democrático, da soberania nacional e do crescimento econômico justo e solidário. O ex-presidente finaliza prometendo "um país que voltará a se tornar referência no discurso mundial como defensor da paz e da cooperação entre os povos".

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