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04/03/2021 as 13h54 / Por (Midiamax)

Nova cepa e sem leitos: especialistas defendem mais medidas e até lockdown 'pra ontem' em MS

MS tem registrado aumento da média móvel e até falta de leitos em alguns hospitais<br />

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Com o aumento da média móvel e do número de internações, têm crescido a preocupação com o avanço da pandemia de coronavírus em Mato Grosso do Sul. Campo Grande tem 91,7% dos leitos gerais de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados, enquanto em Dourados a ocupação é de 85,2%. Diante do cenário crítico, infectologistas alertam que há risco de colapso na saúde e que medidas restritivas devem ser tomadas, incluindo até um lockdown.

Infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Julio Croda explica que a situação do Estado é crítica, com a taxa de ocupação geral de leitos SUS em 90%. “Se manter o ritmo de aumento de casos, entraremos em colapso. É preciso tomar medidas mais restritivas”, diz o especialista.

Com o aumento de casos e a situação crítica na saúde em estados brasileiros, o lockdown volta a ser pauta. Afinal, chegou a hora de restringir a circulação de pessoas em Mato Grosso do Sul? Croda ressalta que a macrorregião de Dourados e de Campo Grande tem registrado taxa de ocupação em cerca de 90% dos leitos de UTI há pelo menos duas semanas e, por isso, se posiciona favorável a um lockdown nas duas regiões que têm causado preocupação no Estado. “Principalmente no contexto de uma nova variante”, pontua. 

A infectologista Iris Bucker também defende medidas mais rígidas, já que a população não têm acatado as recomendações das autoridades. “Acho válido entrar em um processo mais restritivo, se a população não está aderindo [as recomendações]. O Governo tem que tomar alguma medida para evitar o colapso de saúde”, diz.

Bucker ressalta que a nova cepa do coronavírus tem características diferentes e ainda mais perigosas, como a maior capacidade de contaminação e pelo fato de atingir pacientes mais jovens, levando à internação. “Se a gente imaginar que vai se espalhar mais rápido, a nossa situação pode ficar ainda mais crítica”.

Para a infectologista, o lockdown pode ajudar a barrar o avanço da doença, mas o fechamento deve ser feito nos moldes europeus, ou seja, aos dias de semana e fim de semana. Quanto à população, não há fórmula mágica para evitar a Covid-19: é preciso manter uso de máscaras, medidas de higiene das mãos e distanciamento social. 

Lockdown ou toque de recolher?

 

O infectologista da Fiocruz Rivaldo Venâncio aponta que entre o lockdown e o relaxamento quase que total das recomendações das autoridades sanitárias, há recomendações que podem ser mais enérgicas. “Poderíamos começar, por exemplo, ampliando o horário de restrição de mobilidade para a partir das 20 horas”, avalia.

Venâncio cita que outras medidas importantes seriam a suspensão de atividades que, pela própria natureza, geram aglomerações, como igrejas, boates, shoppings, entre outros estabelecimentos. Em Campo Grande, os passageiros têm relatado preocupação com os ônibus, que estão quase sempre lotados. O especialista explica que é preciso dar uma atenção especial ao transporte coletivo. “[Impor] limite de ocupação e, claro, se necessário, colocar mais ônibus nas linhas”, afirma.

O infectologista Rodrigo Nascimento defende que diante da sobrecarga no sistema de saúde, medidas restritivas devem ser estudadas pelas autoridades. Porém, a disciplina individual não deve ser esquecida. “Evitar contato interpessoal e aglomerações. A gente pode estar vivenciando a transmissão de uma nova variante, a responsabilidade individual conta muito neste momento”. 

O especialista defende que devem ser implementadas medidas que tiveram um resultado positivo, com comprovação científica. “As medidas que deverão ser empreendidas são aquelas que têm respaldo técnico, com resposta positiva no tocante à transmissão do vírus”.

Para unificar as medidas contra o avanço do coronavírus, o Governo do Estado tem um decreto que estabelece o toque de recolher em todas as cidades de MS. Para evitar o colapso da saúde, o infectologista Julio Croda acredita que ajustar o horário do toque de recolher seria uma alternativa. “Aumentar o toque de recolher para as 18 horas seria uma alternativa importante para manter as atividades e verificar se tem impacto na redução de casos”, considera. 

Além disso, Croda lembra que os municípios devem aderir ao Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança da Economia) e, caso não o façam, deveriam ser interpelados judicialmente pelo Estado.

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