Água Clara/MS . 24 de Abril de 2024
13/04/2021 as 10h23 / Por Gabrielle Borges ()
Pesquisa acompanhou 84 mulheres que tomaram o imunizante da Pfizer/Biontech. Pesquisadores avaliam que o resultado sugere que os anticorpos presentes no alimento podem ajudar a proteger bebês contra a Covid<br />
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Dois anticorpos específicos contra o novo coronavírus (IgA e o IgG) foram identificados no leite materno produzido por mulheres que receberam a vacina, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira (12) na revista científica americana "The Journal of the American Medical Association (JAMA)".
Os pesquisadores avaliam que o leite materno pode ser uma fonte de anticorpos contra a Covid-19 para os recém-nascidos, embora essa conclusão dependa de novos estudos específicos.
“Os anticorpos encontrados no leite materno dessas mulheres mostraram fortes efeitos neutralizantes, sugerindo um potencial efeito protetor contra infecção em bebês”
— , afirmam os cientistas no artigo sobre a pesquisa.
Para chegar aos resultados que confirmaram a presença dos anticorpos no leite, os pesquisadores acompanharam um grupo de 84 mulheres em Israel entre 23 de dezembro de 2020 e 15 de janeiro deste ano.
Todas as participantes receberam as duas doses do imunizantes fabricado pela Pfizer-Biontech respeitando o intervalo de 21 dias entre as doses.
As amostras de leite materno foram colhidas antes e depois da administração da vacina. Após a aplicação do imunizante, os pesquisadores coletaram o leite materno semanalmente durante um período de seis semanas a partir do 14º dia após a primeira dose da vacina. Ao todo, foram colhidas 504 amostras de leite materno.
Dentre as amostras colhidas na primeira semana, 61,8% apresentaram anticorpos IgA contra a Covid. Após a segunda dose da vacina, esse percentual sobe para 86,1%.
Já no caso do anticorpo IgG, os níveis das células de defesa contra a doença permaneceram baixos durante as três primeiras semanas e foram aumentando a partir da quarta semana, após a segunda dose do imunizante. Entre as semanas 5 e 6, 97% das amostras de leite materno testadas apresentaram o anticorpo.
Esse aumento acontece porque a segunda dose da vacina é responsável por estimular o corpo a produzir um número maior de anticorpos, enquanto que a primeira dose ensina o corpo a reagir à doença.
A pesquisa investigou dois anticorpos: O IgA e o IgM. Os anticorpos são proteínas do sistema imune e são uma das frentes de defesa do corpo contra doenças. Existem diferenças entre os anticorpos: o IgA, no geral, protege contra infecções de membranas mucosas presentes na boca, vias aéreas e aparelho digestivo. Já o IgG é o principal anticorpo presente no sangue e age dentro dos tecidos para combater infecções.
Eficácia nos bebês
Os pesquisadores, liderados por Sivan Haia Perl, do Shami Medical Center, apontam que o estudo tem limitações e não permite concluir que bebês estão protegidos contra a Covid por terem recebido anticorpos no leite materno. Eles aponta que não realizaram "nenhum ensaio funcional" para testar a possibilidade, embora estudos anteriores já tenham mostrado capacidade de neutralização dos mesmos anticorpos.
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